Mergulho da Alma
(Carlos Falcão)
Te vi submersa nas águas da tristeza
Onde lágrimas banhavam o rosto, molhavam a alma e lhe traziam uma certa frieza
No mergulho ao incerto onde o medo fazia parte de ti
Naquela noite de açoite, no abandonado instante, no escuro sem fim
Cheguei sorrindo por fora e quebrado por dentro
Trazendo sensações de libertação e trancado no medo
Chorando calado, escondendo o fracasso com sorriso no rosto
Foi súbito o beijo e de repente o medo me forçando ao oposto
Num instante aposto, virei aposta e remontou a cena com pavor
Na certeza da incerteza, mergulhado na frieza te apresentando calor
Não vacilei e pedi seu sim ganhando de imediato, no segundo pedido titubeou e fugiu de mim num ato falho que me balançou
Num mergulho insano na cortina do passado te vi sangrar... Uma dor dilacerante do sangue constante da dor que doeu sem parar
Acertei e errei em tão pouco tempo que te doeu enquanto eu me curava
No seu colo e abraço, foi embora o cansaço e o ardor do sofrer
No paraíso construído por nós com a dor, deixamos nascer a semente do amor, foi quando a serpente se fez presente e quase nos expulsou
Mas chegamos, nos salvamos, queremos e ficamos para não mais partir
No amor diário do felizes ditados que inventamos através de nosso sorrir
Em um único ser nos tornamos e em nós nos completamos, sem o medo insano de errar
Pois o tempo e quem o controla está ao nosso lado, se ficarmos calados e em frente continuar
novembro 2021
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