4 de dezembro de 2021

Mergulho da Alma (para Renata Alves)


Mergulho da Alma
(Carlos Falcão)

Te vi submersa nas águas da tristeza
Onde lágrimas banhavam o rosto, molhavam a alma e lhe traziam uma certa frieza

No mergulho ao incerto onde o medo fazia parte de ti
Naquela noite de açoite, no abandonado instante, no escuro sem fim

Cheguei sorrindo por fora e quebrado por dentro
Trazendo sensações de libertação e trancado no medo

Chorando calado, escondendo o fracasso com sorriso no rosto
Foi súbito o beijo e de repente o medo me forçando ao oposto

Num instante aposto, virei aposta e remontou a cena com pavor
Na certeza da incerteza, mergulhado na frieza te apresentando calor

Não vacilei e pedi seu sim ganhando de imediato, no segundo pedido titubeou e fugiu de mim num ato falho que me balançou

Num mergulho insano na cortina do passado te vi sangrar... Uma dor dilacerante do sangue constante da dor que doeu sem parar

Acertei e errei em tão pouco tempo que te doeu enquanto eu me curava 
No seu colo e abraço, foi embora o cansaço e o ardor do sofrer

No paraíso construído por nós com a dor, deixamos nascer a semente do amor, foi quando a serpente se fez presente e quase nos expulsou

Mas chegamos, nos salvamos, queremos e ficamos para não mais partir
No amor diário do felizes ditados que inventamos através de nosso sorrir

Em um único ser nos tornamos e em nós nos completamos, sem o medo insano de errar
Pois o tempo e quem o controla está ao nosso lado, se ficarmos calados e em frente continuar

novembro 2021


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